Tendo visto agora que a existência de Deus é um fato estabelecido,
um fato mais certo que qualquer conclusão de um raciocínio formal,
porque é o fundamento necessário de toda a razão, passamos à
consideração de uma outra matéria. Há agora, e tem havido por séculos,
um livro peculiar neste mundo, chamado Bíblia, que professa ser a
revelação de Deus. Os seus escritores falam nos termos mais ousados de
sua autoridade como interlocutores de Deus. Esta autoridade tem sido
admitida por milhões de habitantes da terra, tanto no passado como no
presente. Desejamos perguntar, portanto, se este livro é o que ele
professa ser e o que tem sido e crido por uma multidão de gente - uma
revelação de Deus. Se não é uma revelação de Deus, então os seus
escritores ou foram enganados ou foram enganadores maliciosos.
I. É a Bíblia historicamente autêntica?
Por esta pergunta queremos dizer: É a Bíblia exata como um
arquivo de fatos históricos? Há mais ou menos um século, críticos
sustentaram que a Bíblia não era exata como história. Disseram que os
quatro reis mencionados em Gênesis 14:1 nunca existiram e que a vitória
dos reis do Ocidente contra os do Oriente, como descrita neste capítulo,
nunca ocorreu. Negaram que um povo tal como os hititas sequer
existiram. Sargon, mencionado em Isaías 20:1 como rei da Assíria, foi
considerado como um personagem mitológico Além disso, suponha-se que
Daniel errara ao mencionar Belsazar como um rei babilônico. Dan. 5:1.
Exemplos típicos do Novo Testamento do supostos erros históricos podem
ser encontrados em Lucas - representação da ilha de Chipre, sendo
governado por um "cônsul" (Atos 13:7) e Lisânias como tetrarca de
Abilene, enquanto Herodes tetrarca da Galiléia (Lucas 3:1.) Mas como é
agora? Podemos dizer hoje, após as investigações de longo alcance sobre
as antigas nações que têm sido feitas, que não há uma única instrução na
Bíblia que seja refutada. As recusas confiante dos primeiros críticos
têm provado os pressupostos da ignorância. A.H. Prof Sayce, um dos mais
eminentes arqueólogos, diz: "Desde a descoberta dos comprimidos de Tel
el-Amarna, até agora grandes coisas foram levadas a cabo pela
arqueologia, e cada um deles foi em harmonia com a Bíblia, enquanto
quase cada um deles foi morto contra as afirmações da crítica
destrutiva. "Alguns anos atrás, a United Press transmitiu o testemunho
de Yahuda AS, ex-professor de História Bíblica na Universidade de Berlim
e, posteriormente, das línguas semíticas da Universidade de Madrid, no
sentido de que "toda descoberta arqueológica da Palestina e Mesopotâmia,
do período bíblico confirma a exatidão histórica da Bíblia. "
II. É a Bíblia revelação de Deus?
Estamos agora na consideração de uma outra questão. Um livro
historicamente correto podia ser de origem humana. É isto verdade da
Bíblia?
1. UMA PROBABILIDADE ANTECEDENTE.
O pensamento cuidadoso, além da questão de saber se a Bíblia é a
revelação de Deus, vai convencer qualquer crente imparcial na
existência de Deus, que é altamente provável que Deus deu ao homem uma
revelação explícita e duradoura por escrito da vontade divina. A
consciência do homem o informa da existência da lei, como foi bem dito:
"A consciência não estabelece a lei, mas adverte para a existência de
uma lei" (Diman, Argumento Teistico). Quando o homem tem a consciência
do que ele tem feito de errado, ele tem indicação de que tenha quebrado
alguma lei. Quem mais, diferente de Jeová, cuja existência temos
encontrado para ser um fato estabelecido, poderia ser o Autor dessa lei?
E desde que o homem pensa intuitivamente de Deus como sendo bom, ele
deve pensar do propósito de Sua lei ser boa. Portanto, não podemos
pensar nesta lei como sendo para o mero propósito de condenação. É
preciso que esta lei seja para a disciplina do homem em justiça. Também
devemos concluir que Deus, que está sendo mostrado por ser sábio por
suas obras maravilhosas, utilizaria todos os meios mais eficazes para a
realização de seu objetivo através da lei. Este argumenta em favor de
uma revelação escrita; de qualquer grau de obediência a uma lei justa é
impossível ao homem sem o conhecimento dessa lei. Natureza e razão são
muito incertas, indistintas, incompletas e insuficientes para o efeito.
James B. Walker resume a questão da seguinte forma: "Toda a experiência
do mundo confirmou o fato de além da possibilidade de cepticismo que o
homem não pode
descobrir e estabelecer uma regra perfeita do dever humano "(Filosofia
do Plano de Salvação, p. 73).
Se isso for verdade da lei da conduta humana, então quanto mais é
a verdade do caminho da salvação? "A luz da natureza deixa os homens
totalmente sem o conhecimento da forma de salvar o homens pecador...
anjo... eles mesmos não seria capazes de saber a forma de salvar os
homens pecadores, ou como os homens pecadores podem ser justificados
diante de Deus,...... portanto , a fim de saber isso, "desejo de olhar
para ele," 1Pedro 1:12 "(Gill, Corpo da Divindade, p. 25).
Além disso, EY Mullins diz: "A própria idéia de religião contém no seu
cerne a idéia de revelação. Nenhuma definição de religião, que omite a
idéia pode ficar à luz dos fatos. Se o adorador fala com Deus, e Deus
sempre calado ao adorador, temos apenas um lado da religião. Religião se
torna então um sentido de faz de conta "(A religião cristã em sua
expressão doutrinária).
2. UMA PRESUNÇÃO RAZOÁVEL
"Se a Bíblia não é o que o povo cristão do mundo pensa ser,
então temos em nossas mãos o tremendo problema de dar conta de sua
crescida e crescente popularidade entre a grande maioria do povo mais
iluminado da terra e em face de quase toda a oposição concebível"
(Jonathan Rigdon, Ciência e Religião).
Grandes esforços se fizeram para destruir a Bíblia como nunca
antes se produziram para a destruição de qualquer outro livro. Seus
inimigos tentaram persistentemente deter sua influencia. A crítica
assaltou-a e o ridículo escarneceu-a. A ciência e a filosofia foram
invocadas para desacreditá-la. Á astronomia, no descortinar das
maravilhas celestes, pediram-se alguns fatos para denegri-la e a
geologia, nas suas buscas na terra foi importunada para lançar-lhe
suspeita." (J. M. Pendleton, Doutrina Cristã). Contudo,
"Firme, serena, imóvel, a mesma
Ano após ano... ,
Arde eternamente na chama inapagável;
Fulge na luz inextinguível".
Whitaker
A Bíblia levanta-se hoje como uma fênix do fogo com um ar de
mistura de dó e desdém pelos seus adversários, tão ilesa como foram
Sadraque, Mesaque e Abdenego na fornalha de Nabucodonozor" (Coleção,
Tudo sobre a Bíblia).
Não é provável que qualquer produção meramente humana pudesse
triunfar sobre semelhante oposição como a que se moveu contra a Bíblia.
3. PROVAS DE QUE A BÍBLIA É A REVELAÇÃO DE DEUS.
(1) As grandes diferenças entre a Bíblia e os escritos dos homens evidenciam que ela não é uma simples produção humana.
Estas diferenças são: -
A. QUANTO ÁS SUAS PROFUNDEZAS E ALCANCES DE SENTIDO.
"Há infinitas profundezas e alcances inexauríveis de sentido na
Escritura, cuja diferença é de todos os outros livros e que nos compelem
a crer que o seu autor deve ser divino" (Strong). Podemos apanhar as
produções dos homens e ajuntar tudo quanto eles têm a dizer numa só
leitura. Mas não assim com a Bíblia. Podemos lê-la repetidamente e achar
novos e mais profundos sentidos. Vacilam nossas mentes ante sua
profundeza de sentido.
B. QUANTO AO SEU PODER, ENCANTO, ATRAÇÃO E FRESCOR ETERNO.
Os escritores bíblicos são incomparáveis no "seu poder
dramático"; esse encanto divino e indefinível, essa atração misteriosa e
sempre atual que neles achamos em toda a nossa vida como nas cenas da
natureza, sempre um encantador frescor. Depois de estarmos deliciados e
tocados por essas incomparáveis narrativas em nossa infância remota,
elas ainda revivem e afetam nossas ternas emoções mesmo numa idade
respeitável. Deve haver, certamente, algo sobre-humano na humanidade
dessas formas, tão familiares e tão singelas" (L. Gaussen,
Theopneustia). E este mesmo autor sugere uma comparação entre a história
de José na Bíblia e a mesma história no Al-Korão. Outro autor (Mornay)
sugere uma comparação entre a história de Israel na Bíblia e a mesma
história em Flavio Josefo. Diz ele que ao ler a história bíblica, os
homens "sentirão vibrar todos os seus corpos, mover seus corações,
sobrevindo-lhes um momento uma ternura de afeto, mais do que se todos os
oradores da Grécia e Roma lhes tivessem pregado as mesmas matérias por
um dia inteiro". Diz ele dos relatos de Josefo, "que se deixarão mais
frio e menos emocionado do que quando os achou". Acrescenta: " O que,
então, se as Escrituras tem na sua humildade mais elevação, na sua
simplicidade mais profundeza, na sua ausência de todo esforço mais
encantos, na sua rudeza mais vigor e alvo do que podemos achar noutro
lugar qualquer?"
C. QUANTO A SUA INCOMPARÁVEL CONCISÃO.
No livro do Gênesis temos uma história que fala da criação da
terra e sobre ela ser feita num lugar adequado para habitação do homem.
Fala da criação do homem, animais, plantas e da sua colocação na terra.
Fala da apostasia do homem, do primeiro culto, do primeiro assassinato,
do dilúvio, da repopulação da terra, da dispersão dos homens, da origem
da presente diversidade de línguas, da fundação da nação judaica e do
desenvolvimento e das experiências dessa nação durante uns quinhentos
anos; tudo, todavia, contido em cinqüenta capítulos notavelmente breves.
Comparai agora com isto a história escrita por Josefo. Tanto Moisés
como Josefo foram judeus, ambos escreveram sobre os judeus, mas Josefo
ocupa mais espaço com a história de sua própria vida do que Moisés
consome no arquivo da história desde a criação até ä morte de José.
Tomai também os escritos dos evangelistas. "Quem entre nós podia ter
sido durante três anos e meio testemunha constante, amigo
apaixonadamente chegado, de um homem como Jesus Cristo; quem poderia ter
escrito dezesseis ou dezessete curtos capítulos, a história inteira
dessa vida: - do Seu nascimento, o Seu ministério, dos Seus milagres,
das Suas pregações, dos Seus sofrimentos, de Sua morte, de Sua
ressurreição, de Sua ascensão aos céus? Quem entre nós teria julgado
possível evitar de dizer uma palavra sobre os primeiros trinta anos de
semelhante vida? Quem entre nós podia ter relatado tanto atos de bondade
sem uma exclamação; tantos milagres sem uma reflexão a respeito; tantos
sublimes pensamentos sem uma ênfase; tantas fraquezas sem pecado no seu
Mestre e tantas fraquezas pecaminosas nos Seus discípulos, sem nenhuma
supressão; tantos casos de resistência, tanta ignorância, tanta dureza
de coração, sem a mais leve desculpa ou comento? É assim que os homens
escrevem história? E mais, quem entre nós podia ter sabido como
distinguir o que exigia ser dito por alto do que exigia sê-lo em
minúcia?" (Gaussen).
(2) A revelação de coisas que o homem, deixado a si mesmo,
jamais podia ter descoberto dá evidência da origem sobre-humana da
Bíblia
A. O relato da Criação.
Onde pôde Moisés ter obtido isto, se Deus não lho revelou? "A
própria sugestão de ter Moisés obtido sua informação histórica dessas
legendas caldaicas e de Gilgamesh ... é simplesmente absurda; porque,
interessantes como são, estão de tal modo cheias de asneiras, que teria
sido impossível a Moisés ou a qualquer outro homem praticamente de
evoluir tais legendas místicas os registros sóbrios, reverentes e
científicos que se acham no livro do Gênesis" (Collett).
Além disso, Moisés não obteve sua informação sobre a Criação da
ciência e da filosofia do Egito. "Moisés, como o Príncipe do Egito,
frequentou a melhor das escolas e foi instruído em toda a sabedoria dos
egípcios! - a maioria dos quais é considerado hoje um total absurdo. –
mas ele não escreveu em seus livros. As teorias estranhas e fantásticas
realizadas pelos egípcios sobre a origem do mundo e do homem se passou
completamente; e no primeiro capítulo do Gênesis na língua majestosa,
que nunca foi superada até hoje - ele dá conta da criação de Deus - do
mundo e do homem, qualquer declaração é refutado pela ciência moderna
"(Boettner, Estudos em Teologia, p. 34).
B. A doutrina dos anjos.
"Foi alguma coisa parecida com os anjos concebida pela
imaginação do povo, pelos seus poetas, ou pelos seus sábios? Não; nem
mesmo mostraram jamais aproximar-se disso. Perceber-se-á, quão
impossível foi, sem uma operação constante da parte de Deus, que as
narrativas bíblicas, ao tratarem de um tal assunto, não tivessem
considerado constantemente a impressão humana demais de nossas acanhadas
concepções; ou que os escritores sagrados não tivessem deixado escapar
de suas penas - toques imprudentes ao vestirem os anjos com atributos
divinos demais ou afetos humanos demais." (Gaussen).
C. A ONIPRESENÇA DE DEUS.
As seguintes passagens representam a conclusão da filosofia humana?
"Sou eu um Deus de perto, diz Jeová, e não sou um Deus de longe?
Pode alguém esconder-se em lugares secretos de modo que eu não o veja?
diz Jeová. Não encho eu o céu e a terra? diz Jeová (Jr. 23:23,24).
"Para onde fugirei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua
face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno a minha cama,
eis que ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas
extremidades do mar, até ali a Tua mão me guiará e a Tua destra me
susterá." (Sl. 139:7-10).
Estas passagens e outras na Bíblia ensinam, não o panteísmo, nem
que Deus está em diferentes lugares sucessivamente senão que Ele está
em toda a parte ao mesmo tempo e contudo separados como Ser - fora da
Criação. O intelecto sozinho do homem originou esta concepção, vendo
que, mesmo quando ele tem sido acomodado, a mente do homem pode
compreendê-lo só parcialmente?
D. O PROBLEMA DA REDENÇÃO HUMANA.
Se fora submetido ao homem o problema de como Deus podia ser
justo e justificador do ímpio, teria o homem proposto, como solução, que
Deus se tornasse carne e sofresse em lugar do homem? "Que a criatura
culpada fosse salva a custa da encarnação do Criador; que a vida viesse
aos filhos dos homens através da morte do Filho de Deus; que o céu se
tornasse acessível à população distante da terra pelo sangue de uma cruz
vergonhosa; estava totalmente remoto a todas as concepções finitas.
Mesmo quando a maravilha se torna conhecida pelo Evangelho, excitou o
desprezo dos judeus e dos gregos; Para o antigo era uma pedra de tropeço
e ofensa, para o último era a loucura. Os gregos eram um povo altamente
cultivados, agudos em intelecto, de profunda filosofia e sutil de
raciocínio, mas ridicularizavam a idéia de salvação através de alguém
que foi crucificado. Eles podem muito bem ser considerados como
representando as possibilidades do intelecto humano - o que pode fazer,
e, de longe afirmar a doutrina cristã da redenção como uma
invenção dos filósofos, eles riram como se fosse filosofia indigna. Os
fatos do evangelho que rejeitaram como inacreditáveis, porque eles
pareciam estar em
conflito positivo com suas concepções de razão" (J. M. Pendleton,
Doutrinas Cristãs).
"Como podiam esses livros terem sido escritos por semelhantes
homens, em semelhantes ambientes sem auxílio divino? Quando consideramos
os assuntos discutidos, as idéias apresentadas, tão hostis não só aos
seus prejuízos nativos, mas ao sentimento geral então prevalecente nos
mais sábios da humanidade - o sistema todo de princípios entrelaçados em
toda parte da história, poética e promessa, bem como de insignificantes
maravilhas e singulares excelências da palavra; nossas mentes se
constrangem a reconhecer este como o Livro de Deus num sentido elevado e
peculiar" (Basil Manly, A Doutrina Bíblica da Inspiração).
(3) A unidade maravilhosa da Bíblia confirma-a como uma revelação divina.
"Eis aqui um volume constituído de sessenta e seis livros
escritos em seções separadas, por dezenas de pessoas diferentes, durante
um período de mil e quinhentos anos - um volume que antedata nos seus
registros mais antigos todos os outros livros no mundo, tocando a vida
humana e o conhecimento em centenas de diferentes pontos. Contudo, evita
qualquer erro absoluto e assinalável ao tratar desses inumeráveis
temas. De que outro livro antigo se pode dizer isto? De que livro mesmo
centenário se pode dizer isto?" (Manly, As Doutrinas Bíblicas da
Inspiração).
A Bíblia contém quase toda a forma de literatura, história,
biografia, contos, dramas, argumentos, poesias, profecias, parábolas,
rogos, filosofias, lei, letras, sátiras e cantos. Foi escrita em três
línguas por uns quarenta autores diferentes, que viveram em três
continentes. Esteve no processo de composição uns mil e quinhentos ou
seiscentos anos. "Entre esses autores estiveram reis, agricultores,
mecânicos, cientistas, advogados, generais, pescadores, estadistas,
sacerdotes, um coletor de impostos, um doutor, alguns ricos, alguns
pobres, alguns citadinos, outros camponeses, tocando assim todas as
experiências dos homens." (Peloubet, Dicionário Bíblico).
Entretanto, a Bíblia está em harmonia em todas as suas partes.
Os críticos têm imaginado contradições, mas estas desaparecem como a
cerração ao sol matutino quando se sujeitam à luz de uma investigação
inteligente, cuidadosa, cândida, justa e simpática. Os seguintes sinais
de unidade caracterizam a Bíblia:
A. É uma unidade no seu desígnio.
O grande desígnio que percorre toda a Bíblia é a revelação de
como o homem, alienado de Deus, pode achar restauração ao favor e à
comunhão de Deus.
B. É uma unidade no seu ensino a respeito de Deus
Toda declaração na Bíblia a respeito de Deus é compatível com
qualquer outra declaração. Nenhum escritor desmentiu qualquer outro
escritor escrevendo sobre o tema estupendo o inefável, Deus infinito!
Isso é verdade, apesar dos esforços dos modernistas para
representar o Deus do Antigo Testamento como um Deus de vingança e de
guerra, o Deus do Novo Testamento como um Deus do amor e paz.
Modernistas propositadamente ignoram fato de que, no Antigo Testamento,
Deus lidou com uma nação, enquanto que no Novo Testamento Deus está
lidando com pessoas. Não há uma palavra no Novo Testamento, que ensina
que as nações não devem resistir à agressão. Modernistas grosseiramente
pervertem Novo Testamento quando eles insistem em aplicar ás nações os
ensinamentos de Jesus com relação aos crentes individuais.
C. É uma unidade no seu ensino a respeito do homem.
Em toda a parte da Bíblia o homem é mostrado como criatura por
natureza corrupta, pecaminosa, rebelde e falida sob a ira de Deus e
carecendo de redenção.
D. É uma unidade no seu ensino a respeito da salvação.
O caminho da salvação não foi tão claro no Velho Testamento,
como era no Novo Testamento. Mas pode ser visto facilmente que o que é
claramente revelada no Novo Testamento foi prefigurado no Antigo
Testamento. Pedro afirmou que santos do Antigo Testamento foram salvos
exatamente da mesma maneira que os santos do Novo Testamento são salvos.
Atos 15:10,11. Leia, neste contexto, os capítulos quinquagésimo
terceiro e quinquagésimo quinto de Isaías. Observe também que Paulo faz a
Abraão um exemplo típico da justificação mediante a fé (Rm 4) e diz que
o evangelho foi pregado a Abraão (Gl. 3:8). Nota, ainda, que Paulo
disse a Timóteo que "a Sagrada Escritura" (Antigo Testamento), que ele
havia conhecido desde criança fosse capaz de fazer um sábio "para a
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus (2 Tm. 3:15). O suposto
conflito entre Tiago e Paulo sobre a justificação será tratado no
capítulo sobre a justificação.
E. É uma unidade quanto à Lei de Deus.
Um ideal perfeito de justiça está retratado por toda a Bíblia a
desrespeito do fato que Deus, em harmonia com as leis do desenvolvimento
humano, ajustou Seu governo às necessidades de Israel para que pudesse
erguer-se do seu rude estado. Este ajustamento da disciplina de Deus foi
como uma escada descida a um fosso para prover um meio de escape a
alguém lá enlaçado. A descida da escada não visa a um encorajamento ao
que está no fundo para deter-se lá, mas intenciona-se como meio de
livramento; de modo que a condescendência da disciplina de Deus no caso
de Israel não foi pensada como um encorajamento do mal, mas como uma
regulação do mal com o propósito de levantar o povo a um plano mais
elevado. Negar a unidade da Lei de Deus por causa de adaptações às
necessidades de povos particulares é tão tolo como negar a unidade dos
planos do arquiteto pelo fato de ele usar andaimes temporários na
execução deles.
F. É uma unidade no desenredo progressivo da doutrina.
A verdade toda não foi dada de uma vez na Bíblia. Contudo, há
unidade. A unidade no desenredo progressivo é a unidade do crescimento
vegetal. Primeiro vemos a erva, depois a espiga e então o grão cheio na
espiga" (Marcos 4:28).
A força desta unidade maravilhosa na sua aplicação à questão da
inspiração da Bíblia está acentuada por David James Burrell como segue: -
"Se quarenta pessoas de diferentes línguas e graus de educação musical
tivessem de passar pela galeria de um órgão em longos intervalos e, sem
nenhuma possibilidade de acordo prévio, cada uma delas tocasse sessenta e
seis teclas, as quais, quando combinadas, dessem o tema de um oratório,
submeter-se-ia respeitosamente que o homem que considerasse isso como
uma "circunstância fortuita" seria tido por consenso unânime universal -
para dizê-lo modestamente - tristemente falto de senso comum" (Por Que
Eu Acredito na Bíblia).
(4) A exatidão da Bíblia em matérias científicas prova que ela não é de origem humana.
A. A Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural.
Diz-se corretamente que a Bíblia não foi dada para ensinar
ciência natural. Não foi dada para ensinar o caminho que os céus vão,
mas o caminho que vai para o céu.
B. Todavia, ela faz referência a matérias cientificas.
"Por outro lado, contudo, vendo que o universo inteiro está de
tal modo inteira e inseparavelmente ligado com leis e princípios, é
inconcebível que este livro de Deus, que confessadamente trata de tudo
no universo quanto afeta os mais altos interesses do homem, não fizesse
referência alguma a qualquer matéria científica; daí acharmos referência
incidentais a vários ramos da ciência... (Sidney Collett, Tudo Sobre a
Bíblia).
C. E quando a Bíblia faz referência a matérias cientificas, é exatíssima.
A Bíblia não contém os erros científicos do seu tempo. Ela
antecipou as gabadas descobertas dos homens centenas de anos. Nenhuma
das suas afirmações provou-se errônea. E é somente nos tempos hodiernos
que os homens chegam a entender alguns deles. [Os conflitos supostos por
muitos existente entre a Bíblia e a ciência no que diz respeito à
criação da terra e dos seres vivos são tratados em capítulos posteriores
na relação de Deus para o Universo e A Criação do Homem. Além disso,
provas científicas da enchente, serão dadas no capítulo dedicado à
criação do homem. Além disso, este último capítulo vai lidar também com a
suposta antiguidade homem.] Notai as seguintes referências bíblicas a
matérias cientificas:
(a) A rotundidade da terra. Séculos antes de os homens saberem
que a terra é redonda a Bíblia falou do "circulo da terra" (Isaías
40:22).
(b) O suporte gravitacional da terra.
Os homens costumavam discutir a questão do que é que sustenta a
terra, sendo avançadas diversas teorias. Finalmente os cientistas
descobriram que a terra é sustentada por sua própria gravitação e a de
outros corpos. Mas, muitos antes de os homens saberem isto, e enquanto
contendiam por este ou aquele fundamento material para a terra, a Bíblia
declarou que Deus "pendura a terra sobre o nada" (Jó 26:7).
(c) A natureza dos céus. A Bíblia fala dos céus como "expansão" e
isto estava tão adiante da ciência que a palavra hebraica (raquia) foi
traduzida por "firmamento" (Gênesis 1; Sl. 19:6), que quer dizer um
suporte sólido.
(d) A expansão vazia do Norte. Foi só na metade do século
passado que o Observatório de Washington descobriu que, dentro dos céus
do Norte, há uma grande expansão vazia na qual não há uma só estrela
visível. Mas antes de três mil anos a Bíblia informou aos homens que
Deus "estendeu o Norte sobre o espaço vazio" (Jó 26:7).
(e) O peso do Ar. Credita-se a Galileu a descoberta que o ar
tem peso - algo com que os homens jamais tinham sonhado; mas, dois mil
anos antes da descoberta de Galileu a Bíblia disse que Deus fez "um peso
do vento" (Jó 28:25).
(f) A rotação da terra. Ao falar de sua segunda vinda, Cristo
deu indicação de que seria noite numa parte, dia na outra (Lucas
17:34-36), implicando assim a rotação da terra sobre seu eixo.
(g) O número de estrelas. No segundo século antes de Cristo,
Hiparco numerou as estrelas em 1.022. Mais de 300 anos mais tarde,
Ptolomeu acrescentou mais quatro. Mas a Bíblia antecipou as revelações
do telescópio moderno, comparando as estrelas com grãos de areia à
beira-mar (Gênesis 22:17; Jeremias 38:22.), com somente Deus sendo capaz
de enumerá-las (Sl 147:4) .
(h) A lei da evaporação. Muito antes que os homens soubessem que
é a evaporação que evita que o mar transborde e mantém os rios
correndo, fazendo possível chover, todo o processo surpreendente foi
notavelmente representado com precisão científica o seguinte: "Todos os
rios correm para o mar, e contudo o mar não é completo; ao lugar para
onde os rios vão, para ali tornam eles a correr (Ecl.1:7)
(i) A existência de ventos alisados. Hoje sabemos que a subida
do ar quente nos trópicos faz com que o ar frio do norte a se deslocar
no seu lugar, causando o que chamamos de "ventos alisados". Sabemos
também que "em alguns lugares, eles explodem em uma direção pela metade
do ano, mas na direção oposta à outra metade (Novos Alunos Obras de
Referência, p. 1931). A Bíblia antecipou este conhecimento em uma
declaração muito notável : "O vento vai para o sul, e faz o seu giro
para o norte, continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus
circuitos" (Eclesiastes 1:6).
(j) A importância do sangue. Somente há cerca de três séculos e
meio que temos sabido que o sangue circula, levando oxigênio e alimento
para todas as células do corpo, removendo o dióxido de carbono e outros
resíduos do organismo através dos pulmões e órgãos excretores, e
promovendo a cura e combate a doenças. Mas há muito tempo a Bíblia
declara que "a vida da carne está no sangue". Veja Gênesis 9:4; Lev.
17:11,14.
(k) A união da raça humana. Antiga tradição representava homens
originalmente como brotando individualmente - a partir do solo - sem
relação linear. Mas o conhecimento moderno tem revelado muitas
evidências física, fisiológica, geográfica e linguística da união da
raça. [Uma extensa discussão sobre a união do homem é encontrada no Novo
Guia Bíblico (Urquhart, a partir da página 381 do Vol. 1.), onde é
feita referência a uma discussão sobre as variações na família humana
por Pritchard nos Vestígios da Criação, e Pritchard é citado como tendo
dito: "Nós temos noções obscuras das leis que regulamentam essa
variabilidade dentro de limites específicos, mas vê-los operar
continuamente, e eles são, obviamente, favoráveis à suposição de que
todas as grandes famílias dos homens podem ter sido de uma origem." Além
disso Pritchard é citado como tendo dito: "A tendência do estudo das
línguas modernas é o mesmo ponto." Então Urquhart diz do eminente e
graduado Quatre-Fages: "Ele manifestou a convicção de que a única
conclusão possível da ciência é que a raça humana surgiu a partir de um
único par."] A evidência mais forte, no entanto, encontra-se no fato de
que, enquanto a ciência médica pode distinguir entre o sangue humano e o
sangue animal e pode distinguir entre o sangue de diferentes espécies
de animais, contudo não pode distinguir entre o sangue das diferentes
raças da humanidade. Mas Moisés não teve que esperar por esse
conhecimento moderno. Sem hesitação ou equívoco, ele declarou que a raça
se espalhou pelos descendentes dos filhos de Noé (Gênesis 9:19; 10:32).
Nem Paulo hesita em afirmar que Deus "fez de um sangue todas as nações
dos homens" (At 17:26).
(5) A profecia cumprida testemunha ao fato que a Bíblia veio de Deus.
A. A referência profética a Ciro.
Cinqüenta anos antes do nascimento de Rei Ciro o qual decretou
que os filhos de Israel voltassem à sua terra, Isaías falou de Deus como
"aquele que disse de Ciro, ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me
apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu
serás fundado." (Isaías 44:28).
B. A profecia do cativeiro babilônico. Vide Jr. 25:11.
C. Profecias a respeito de Cristo.
(a) Os soldados repartindo as Suas vestes. Salmos 22:18. Para cumprimento: Mt. 27.35.
(b) O fato de Seus ossos não serem quebrados. Sal. 34:20. Cumprimento: João 19:36.
(c) Sua traição. Sal. 41:9. Cumprimento: João 13:18.
(d) Sua morte com os ladrões e enterro no túmulo de José. Isaías 53:9, 12. Cumprimento: Mt. 27:38, 57-60.
(e) O Seu nascimento em Belém. Miquéias 5:2. Cumprimento: Mt. 2:1; João 7:42.
(f) Sua entrada triunfal em Jerusalém. Zacarias 9:9. Cumprimento: Mt. 21:1-10; Mc. 11. 1-8; Lc. 19. 29-38.
(g) Seu traspasse. Zc. 12:10. Cumprimento: João 19:34,37.
(h) Dispersão dos Seus discípulos. Zc. 13:7. Cumprimento: Mt. 26:31.
Há, porém, uma explicação plausível da maravilha da profecia
cumprida e essa explicação é que Ele "que faz todas as coisas segundo o
conselho da Sua vontade" (Ef. 1:11) moveu a mão do escritor da profecia.
(6) O testemunho de Cristo prova a genuinidade da Bíblia como uma revelação de Deus.
Jesus considerou o Velho Testamento como a Palavra de Deus, a
ele se referiu freqüentemente como tal e disse: "A Escritura não pode
ser anulada" (João 10:35). Ele também prometeu ulterior revelação por
meio dos apóstolos (João 16:12,13). Temos assim Sua pré-autenticação do
Novo Testamento.
O testemunho de Jesus é de valor único, porque Sua vida provou-O
ser o que Ele professou ser - uma revelação de Deus. Jesus não se
enganou; "porque isto alegaria (a) uma fraqueza e loucura montando a
positiva insanidade. Mas Sua vida inteira e caráter exibiram uma calma,
dignidade, equilíbrio, introspecção e autodomínio totalmente
inconsistente tal teoria. Ou alegaria (b) auto ignorância e auto exagero
que podiam provir apenas da mais profunda perversão moral. Mas a pureza
absoluta de Sua consciência, a humildade do Seu espírito, a
beneficência abnegada de Sua vida mostram ser incrível esta hipótese".
Nem Jesus foi um enganador, porque (a) a santidade perfeitamente
compatível de Sua vida; a confiança não vacilante com a qual Ele
desafiava para uma investigação de suas pretensões e arriscava tudo
sobre o resultado; (b) a vasta improbabilidade de uma vida inteira de
mentira aos declarados interesses da verdade e (c) a impossibilidade de
decepção operava tal benção ao mundo, - tudo mostra que Jesus não foi um
impostor cônscio" (A. H. Strong).
III. O que constitui a Bíblia?
Do que já se disse, manifesto é que o autor crê que a Bíblia,
revelação de Deus, consiste de sessenta e seis livros do que é conhecido
como o Cânon Protestante.
Aqui não é necessário um prolongado e trabalhado argumento e
nada será tentado. A matéria inteira, tanto quanto respeita aos que
crêem na divindade de Cristo, pode ser firmada pelo Seu testemunho.
Notemos:
1. Cristo aceitou os trinta e nove livros de nosso Velho
Testamento como constituindo a revelação escrita que Deus tinha dado até
aquele tempo.
Esses livros compunham a "Escritura" (um termo que ocorre vinte e
três vezes no Novo Testamento) aceita pelos judeus. Crê-se que eles
foram reunidos e arranjados por Esdras. Foram traduzidos do hebraico
para o grego algum tempo antes do advento de Cristo. Não pode haver
dúvida de que Cristo aceitou esses livros e nenhum outro como
constituindo os escritos que Deus inspirou até aquele tempo. Ele citou
esses livros na fórmula: "Está escrito". Ele referiu-se a eles como
"Escritura". E Ele disse: "... a Escritura não pode ser anulada" (João
10:35).
Por outro lado, nem Cristo nem os apóstolos aceitaram os
quatorze livros e partes de livros (conhecidos como os Apócrifos), a
maioria dos quais foram acrescentados ao cânon protestante, para compor
o Antigo Testamento na Bíblia Católica Romana (Versão Douay). "E embora
existam no Novo Testamento, cerca de 263 citações diretas e cerca de
370 referências a passagens do Antigo Testamento, mas entre todas estas
não há uma única referência, quer por Cristo ou Seus apóstolos, aos
escritos apócrifos" (Collett , Tudo Sobre a Bíblia, p. 50). Nem eram
esses livros recebidos pela nação de Israel. [Isto é admitido pelas
autoridades católicas romanas. Em Um Catecismo da Bíblia, escrito pelo
"Rev. John J. O'Brien, MA," e publicada com a autorização da Sociedade
Católica Internacional da Verdade, do Brooklyn, na página 10, esta
pergunta foi feita sobre estes livros: "Eram os livros adicionados
aceitos pelos hebreus?" E a resposta dada é: "Não, os hebreus se
recusaram a aceitar estes livros adicionados."]
Josefo, por escrito contra Apion ( Livro 1, V. 8), diz: "Nós não
temos uma multidão inumerável de livros entre nós, discordando e
contradizendo um ao outro entre si, mas apenas 22 livros (este número
foi estabelecido por certas combinações de nossos trinta e nove livros).
. . para durante tantos anos já passaram, ninguém foi tão ousado, quer
para acrescentar nada a eles, para tirar qualquer coisa deles, ou fazer
qualquer alteração nos mesmos. "Tampouco foram esses livros parte da
Septuaginta original, como foi suposto muitas vezes. Cirilo de de
Jerusalém (nascido em 315 dC) falou da Septuaginta da seguinte forma:
"Leia a divina Escritura, ou seja, os 22 livros do Antigo Testamento que
os setenta e dois intérpretes traduziram." Eles provavelmente foram
adicionados ao Septuaginta em meados do século IV, desde as mais antigas
cópias da Septuaginta possuímos (Vaticano versão) os contém, e isto é
suposto que data do século IV. Talvez tenha sido a adição desses livros
que levou a igreja grega em Concílio de Laodicéia (363 dC) para negar a
sua inspiração. Mesmo tão tarde quanto 1546, o Concílio de Trento
considerou necessário declarar que esses livros sejam canônicos.
2. Cristo também prometeu outra revelação indo além de tudo que Ele tinha ensinado.
Em João 16:12,13 achamos Cristo falando aos apóstolos como
segue: "Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar
agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em
toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido, e vos anunciará o que há de vir. ".
Além disso, Cristo constituiu os apóstolos um corpo de
professores infalível quando em Mt. 18:18 Ele disse: "Em verdade eu vos
digo: tudo o que ligardes na terra será ligado nos céus, e tudo quanto
desligares na terra será desligado nos céus". "Ligar" significa proibir,
isto é, ensinar que uma coisa está errada. "Desligar" é permitir ,
sancionar, para ensinar que uma coisa é certa. Assim, Cristo prometeu
sancionar no céu o que os apóstolos ensinarassem na terra. João 20:22,
23 é da mesma importância.
No Novo Testamento temos esta revelação que Cristo deu por meio
do Seu corpo infalível de mestres. Os poucos livros não escritos pelos
apóstolos receberam o seu lugar no cânon, evidentemente, porque os
apóstolos os aprovaram. De qualquer maneira, o seu ensino é o mesmo como
o dos demais livros do cânon.
O Novo Testamento veio á existência da mesma maneia que o Velho,
isto é, o cânon foi determinado pelo consenso de opinião da parte do
próprio povo de Deus. O fato que Deus deu e conservou uma revelação
infalível da velha dispensação prova que Ele fez o mesmo com referência
ao novo.
A tese católica romana que aceitamos nossa Bíblia com a sua
autoridade é esplendidamente nula e eloquentemente vã. O cânon da Bíblia
inteira foi estabelicida antes que houvesse uma coisa como a Igreja
Católica Romana. (Veja o capítulo sobre "A Doutrina da Igreja para uma
discussão sobre sua origem.) Se aceitássemos a nossa Bíblia na
autoridade da Igreja Católica Romana, então devemos aceitar os livros
apócrifos que foram adicionados, juntamente com sua tradução deturpada
deles . Além disso, nesse caso, devemos aceitar as suas tradições vãs.
As decisões dos concílios da Igreja são considerados de valor para nós
apenas como eles são aceitos como evidência histórica rumo para o
consenso de opinião entre os verdadeiros santos de Deus e como expressar
a verdade que é confirmado por outras evidências.
IV. É a Bíblia suficiente e a ultima revelação de Deus?
A suficiência e o término da Bíblia são rejeitadas hoje pelos
católicos romanos em favor da "tradição", e os devotos da neo-ortodoxia
em favor de uma revelação contínua. A base da disputa Católica Romana
para a autoridade da tradição é a idéia de que o clero católico romano
são sucessores dos apóstolos. Esta é uma invenção da imaginação
pervertida.
Nem Jesus nem os apóstolos davam o menor indício sobre um
sucessor apostólico, com exceção de Judas, e era necessário que ele seja
aquele que tinha convivido com eles desde o batismo de João. Veja Atos
1:21,22. Tradição católica romana, não apenas suplementam a Bíblia, mas
também a contradizem. Eles surgiram da mesma maneira que as tradições
judaicas, e, hoje eles estão na mesma relação com a verdadeira Palavra
de Deus. Assim, a condenação de Jesus é tambem aplicável a eles como a
tradição judaica - “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me
honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em
vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mateus
15:8,9).
Paulo claramente indicou que o plano de Deus era para dar ao
homem uma revelação escrita completa assim "para que o homem de Deus,
seja perfeito, e perfeitamente instruido para toda a boa obra" (2 Tm.
3:17)
A idéia moderna da "autoridade do Espírito", que é realmente a
autoridade da razão humana, como dando revelação contínua, é igualmente
inútil. Devemos voltar a Cristo como nossa única autoridade de
confiança, e Cristo não deu nenhuma promessa de ensinamentos autorizados
além dos apóstolos. Essa idéia não será adotada por ninguém, exceto os
modernistas ou aqueles grandemente afetados pelo modernismo. Aqueles que
aceitam essa idéia serão encontrados de forma aberta ou na pratica
negando a inspiração da Bíblia. Nós não nos importamos com suas noções
nebulosas. Elas são tão frágeis que elas entram em colapso sob seu
próprio peso. O Novo Testamento é manifestamente completo, suficiente e
final.
Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos,
2004
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04
Revisão da tradução e gramatical: Viviane Sena 2010
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br